segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A estréia!

Não dá para contar agora como foi a estréia, mas
não dá também para esperar...
Acabei de receber algumas fotos e quero compartilhá-las logo.

A seguir: Fernando+55 em alguns trechos.





Em cartaz no Teatro Dias Gomes (Sindicato dos Comerciários, ao lado do Colégio Central), Rua Francisco Ferraro, 53, Nazaré, Salvador - Bahia.
Sábados e Domingos às 20:00h.
Venha conferir!
Mais fotos:


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fernando +55

Bem, não consta do meu perfil, esse atributo. Aliás, um monte de coisa não consta. E não deveria constar mesmo. Concordo com alguém que já proferiu: definir-se é limitar-se. Então, sendo um algo mais, hoje, compartilho por aqui, nesse entremeio de feriadão, com direito à eleições e eleição da primeira mulher presidenta do país, minha primeira peça de teatro profissional.

Isso! Sou atriz também. E quem disse que depois de tantos sobes-e-desces desse ano, eu iria encerrar o ano em cima de um palco? Nem eu, nem o calor de Recife, nem o frio de Atibaia, nem o céu de Brasília, nem as Cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, nem os parques de Orlando, nem o charme de Charlotte, nem a internacional Miami, nenhum desses lugares poderia me dizer que estaria em cima de um palco, estreiando um espetáculo teatral. E que bom que não disseram mesmo!

Permitir-se viajar sem sair do lugar, permitir-se ser outra pessoa na vida do personagem é tão divertido quanto lançar-se a novos horizontes. Ou mais!

Diga quem for à estréia ou durante qualquer dia da temporada. Vide cartaz abaixo


Aqui  euzinha no elenco e aqui o blog do ator homenageado

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A massa dos homens normais

Não precisava, mas resolvi ler o jornal antes de sair de casa. Poderia muito bem tê-lo feito no trabalho. Mas não. Resolvi ler o jornal e hoje parece que especialmente se torcido derramaria sangue, haja vista tanta notícia trágica. O destaque vai para as ações desastrosas da polícia que nunca sabe quem é bandido, quem não é. Mata indistintamente.

Inevitavelmente lembrei de Raimundo Sodré. Menino bezerro pisado... Moinho de homens... Massa de medos iguais... A massa dos homens normais...

E o que é normal???

Acho que o problema é termos nos acostumado com esse tipo de notícias.
É o desastre ter-se tornado comum.
É comum. O que é com-ple-ta-men-te diferente de ser normal.

Enfim....
quando lembro que renovamos nosso quadro democrático através das eleições desse ano...
quando lembro da massa da mandioca mãe....

Raimundo Sodré, salvai-nos: http://www.youtube.com/watch?v=m_Vs77yZy9w

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

I wanna rock and roll all night and party everyday


Bem, isso não é um post exatamente... O fato é que eu não páro (sim, eu ainda coloco acento) de ouvir Kiss, a inspiração da minha fantasia na festa de sábado passado: "Kem me Kiss".

E vai dedicado para a todas as pessoas que amam, mesmo que seja bem rock in roll, afinal
"I wanna rock and roll all night and party everyday"

Basta um click no título da música e, como diria a galera de Brasília, let's vamos!

A dupla Kem que Kiss
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I Was Made For Loving You

(Kiss)

Tonight I wanna give it all to you
In the darkness
There’s so much I wanna do
And tonight I wanna lay it at your feet
‘Cause girl, I was made for you
And you were made for me
I was made for loving you baby
You were made for loving me
And I can’t get enough of you baby
Can you get enough of me
Tonight I wanna see it in your eyes
Feel the magic
There’s something that drives me wild
And tonight we gonna make it all come true
‘Cause girl, you were made for me
And girl, I was made for you
I was made for loving you baby
You were made for loving me
And I can’t get enough of you baby
Can you get enough of me
I was made for loving you baby
You were made for loving me
And I can give it all to you baby
Can you give it all to me
Oh, can’t get enough, oh, oh
I can’t get enough, oh, oh
I can’t get enough
(Instrumental)
I was made for loving you baby
You were made for loving me
And I can’t get enough of you baby
Can you get enough of me

And party everyday!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Contemplando espaços de tempo...

Bem, mais uma vez na madruga... é sempre o tempo que sobra, afinal.

E, contemplando espaços de tempo...

Depois de mais uma temporada de curso Avatar (regional Atibaia) as semanas que se seguiram foram intensas... um bebezinho de 5 dias aqui na casa de mi mamá, e eu e ela tornamo-nos su babá, pois a tchuca, filhota de meu primo André, virou nossa bonequinha... Um trocinho! Falando em trocinho, vi as fotos da filha de Mô, outro mimo. Então, tem o amor, o trabalho e toda a rotina cotidiANA e muitas surpresas boas. Uma festa à fantasia para relembrar os velhos tempos dos idos do Café Cancun, niver de Manu e a gente encena mais uma vez a personagem que queremos. Nesta semana, niver de Adri e no findi, rever a galera e reunir as três irmãzinhas nos 15 anos de nossa filhota do coração. Ufa, meu coração...

Hoje – ou amanhã, já que na madruga tudo é meio indecisão – esse post vai ser mais imagens do que palavras e, mais um vídeo que fechou a minha noite. Ou melhor essa Mar druga.

Um vídeo de uma trupe que mistura a magia do circo (para essa vida cheia de palhaçadas ou seus trapézios e cordas bambas); o teatro (e todos as personagens que podemos ser a cada dia) a poesia (com seus versos rimados, extremados, explicitados ou mesmo, nas entrelinhas, revistados) e claro, música, muita música.

Eis a música

Boa

Boba

e feliz

Ana e o Mar

Ana Mar

Pela saudade do mar

Pela vontade de amar.

Teatro mágico.

Como a vida pode ser.
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As imagens:
Yulla, com 5 dias, dando ares de que já chegou nesse planeta com muito aprendizado na bagagem.


Ila, nos seus 15 anos, provando que sim, o tempo passa rápido, quando se cresce.
Manu e Eu.
O detalhe vai para a indignada que veio com uma fantasia óbvia e, como tal, não conseguiu entender as nossas.
Niver de Adri e algumas das Faro

As três irmãs matando a saudade da resenha desse trio parada dura. ;)




Ana e o Mar. E o amor.

sábado, 31 de julho de 2010

Assédio Moral, Denúncia Anônima, Saber Ouvir

Ontem fiz uma palestra sobre o Assédio Moral no Serviço Público e falei em nome da Ouvidoria Geral do Estado da Bahia - OGE (confira aqui). Claro que, em represetando um órgão público, apresentei suas competências e ferramentas utilizadas no Sistema de Ouvidoria. Porém, por mais que pretendamos ser o órgão "in persona" ao falar, naturalmente, leva-se um pouco do que trazemos conosco, um pouco do nosso jeito de ser. E particularmente, vejo que foi isso que me chamou atenção ontem.

O problema central do assédio moral não se prende à sua prova, como quando pensamos juridicamente. O cerne da questão está em, antes, indentificá-lo. Quando a denúncia é feita perante a OGE e no assunto (lugar onde se coloca o teor da manifestação) a pessoa nada escreve, é porque nem sempre o sabe estar sendo alvo de assédio.

Num Encontro de Ouvidoria Judiciais no ano passado, levantei uma questão que gerou a polêmica do dia. O anonimato das pessoas que fazem denúncias perante as Ouvidorias. E o que os representantes de Ouvidorias Judiciais não conseguiam perceber é que, se em Direito tudo tem que ser "como manda o figurino", ou seja, como manda a lei, na vida real as coisas não são bem assim...

Lá, a preocupação era apenas se a denúncia iria virar processo. Mas nem sempre é isso que a pessoa quer. A Ouvidoria é espaço do Ouvir. E é isso mesmo que as pessoas querem na maioria das vezes: apenas serem ouvidas! Minha felicidade, pois, foi na palestra de ontem saber que as pessoas puderam sentir-se seguras - e concordarem, ao contrário de alguns juízes com quem debati no evento do ano passado - que o anonimato é mesmo um trunfo em se tratando de Ouvidoria e, em especial, quando o assunto (esteja ele assinalado ou não no campo próprio!) é assédio moral.

Não irei aqui reproduzir o texto da palestra de ontem, nem muito menos faço apologia ao anonimato, afinal os anos de ditadura que o país viveu são suficientes para revelarem o quão danosas são ações (todas, desde as batidas policiais até os processos judiciais) baseadas tão somente em denúncias anônimas. O medo já imperou demais. Mas ainda que a ditadura, que a escravidão, que muitas das terríveis realidades por que esse país passou tenham acabado, o medo ainda impera, por outras tantas atrocidades. O assédio moral, tão velho quanto o próprio trabalho é, particularmente, um bom motivo para que se acate em sede de Ouvidoria Pública a denúnica anônima.

Reproduzo abaixo o texto que li quando pedi para me pronunciar naquele encontro. E sem medo algum de mostrar, inanonimamente o publico agora:


I Encontro de Ouvidorias Judiciais Norte e Nordeste


Tivemos aqui em Salvador a oportunidade de receber, neste ano de 2009, a exposição da artista plástica francesa Sophie Calle. A simples leitura num jornal local do que seria a proposta da artista já foi o suficiente para que eu quisesse muito prestigiá-la o que, infelizmente, aconteceu já na última semana do evento. Na exposição, Sophie compartilha-nos da sua decepção amorosa, por meio de uma carta de rompimento que lhe foi enviada e que serviu de base para os diversos olhares que se propuseram a dissecá-la. E assim, uma cópia da carta é entregue a todos os visitantes e um caderno com as traduções em português para melhor compreensão da obra. Temos, então, o depoimento de sua mãe que lhe escreve outra carta, carinhosa e de apoio; temos uma pauta de música, o prisma de uma roqueira; um provável aspecto criminal, no olhar de uma delegada de polícia; a impaciência no depoimento de uma especialista da ONU em direitos da mulher, enfim, várias e paradoxais dimensões que se abrem a partir de um único e inicial ponto de vista, a do autor da carta.


E porque, sabemos, a analogia é também fonte da qual o Direito se serve, é que trago à baila algumas digressões.


O autor da carta nos é apresentado como “X” e sabemos de sua trajetória amorosa com a artista pelo que ele conta e, nas entrelinhas, pelo que ele não conta. E quem é X? Não sabemos. Não nos é dito. E o que isso nos interessa, aqui, particularmente? Ora, X não é nome, não tem identidade, não o conhecemos. No entanto, podemos perfeitamente interpretá-lo da forma como melhor pudermos fazer, dentro dos nossos papéis sociais e, assim, melhor traduzi-lo para, a despeito de não lhe darmos rosto, darmos-lhe voz. Nesse sentido, o olhar da curadora da exposição, de uma vidente, de uma sexóloga, de uma consultora de etiqueta, dentre os que já foram citados.


Nesse ínterim, é nitidamente identificada a primeira semelhança do que aqui bastante – mas não o bastante – discutimos acerca da manifestação anônima, ou da denúncia anônima, da delação apócrifa. Aqui a importância ou risco, de ouvir aquele que se expõe. Covardia ou medo? Honestidade ou acusação oportunista? Certo ou errado? Direito ou não?


O nosso Estado é de Direito, mas Estado de Direito tão somente incita à tirania, relembramos aqui também. E se o regime democrático é condição sine qua non para a admissão de nossa condição cidadã, a conscientização de cidadania é pressuposto para exercício da própria democracia. Permitindo, com isso, num círculo virtuoso ou mais, numa espiral em ascendente, o enlace do cidadão como ator social, ou melhor, o enlevo à categoria de ator político, posto que inserido, contextualmente, na sociedade.


Porque o indivíduo de que tratamos, o cliente, como alguns aqui o chamaram, o usuário, deve ser, sobretudo, para nós integrantes de Ouvidorias, o cidadão. Aquela pessoa que, apontando um sintoma de anomalia ou reconhecendo uma efetiva funcionalidade, traduz para esse sistema a leitura que ela faz dos serviços da instituição. As ouvidorias judiciais no seu peculiar, mais atentamente devem observar-se, posto que a lide já indica de per si um desatendimento natural de pretensões do cidadão, litigar em juízo já é um desgaste por si só. E às Ouvidorias da Administração cabem, indubitavelmente, mais que quaisquer outras, serem exemplos e referências de cidadania.


O cidadão pode se mostrar, pode se abrir, compartilhar o seu conhecimento, a sua informação ou mesmo, a sua desinformação. O que o cidadão não pode é ser compelido a ser o que ele não é, a se expor mais do que pode, a, de forma enviesada, ser visto mais do que ele se vê. Isso porque nem sempre aquele que se esconde, pretende denegrir. Não que não possa haver o caso. Mas o cidadão que é silente em sua identidade, não por isso tem de silenciar-se em seu incômodo ou em sua dor. E em que pese a existência do nosso Estado Democrático de Direito, é o cidadão ante o Estado jurisdicional, ante o Estado Administrativo que deve ser reconhecido em sua hipossuficiência e não numa paridade forjada de que "todo mundo é cidadão" e aí, em outra analogia, recordo-me de Wood Allen “Todos dizem eu te amo”. REconhecê-lo como hipossuficiente é conhecê-lo novamente ou, como nas diversas respostas endereçadas a Sophie (da nossa analogia inicial), é olhá-lo sob um novo e particular prisma.


Ouvidoria é, temos dito, exercício de democracia. Isto é sabido. Mas é sabido também o exercício da cidadania por todos? É sabido por todos os que não sabemos identificar, serem eles cidadãos?


Num dos pronunciamentos dirigidos a Sophie, temos a posição de uma adolescente. Em sua linguagem impetuosamente juvenil ela sentencia acerca da carta de rompimento do dito amado “X”. E exclama: “Ele se acha!”. Pois bem, aqui, em sede de Ouvidorias, nem a linguagem coloquial, nem a tradução literal da expressão. Na grande maioria das vezes, a realidade é a de que o cidadão, não se sabe, não se vê, porque se sente não visto. E porque não se olha, não se encontra.


Diferentemente de X, na acepção da adolescente, o cidadão que não se identifica é, em sua grandissíssima maioria, aquele que não se acha. Aquele que reclama um olhar atento, particular, apurado. E, por estar assim, perdido, é que nos cabe, nós, Ouvidorias, acolhê-los, achá-los, lê-los nas suas entrelinhas, sobremaneira.


Lembro-me, ainda e, para encerrar, de uma passagem do livro do escritor theco Franz Kafka no seu livro “O Processo”, quando se narra ao personagem Josef K. a história de um fiel cumpridor e servidor da lei que vigia e guarda a porta de entrada na lei, para cujo ingresso um camponês se dirige e lá espera sentado, dias, meses, anos. Ao final da vida, velho e cansado, o camponês lhe indaga: “Dize-me, se todos desejam entrar na lei, como se explica em tantos anos, ninguém, além de mim, tenha pretendido fazê-lo?” Vendo o homem, à beira da morte, ruge-lhe sobre o moribundo: “Ninguém, senão tu, podia entrar aqui pois esta entrada estava destinada apenas para ti. Agora eu me vou e a fecho.” A história deste sentinela, estrito cumpridor do seu dever – vigiar a entrada na lei - e do camponês desconhecedor de que aquela entrada era a sua, serve-nos também de inspiração sobre o nosso papel de Ouvidoria. Cabe-nos tão somente ouvir, vigiando a entrada correta para se obter o que se busca?


Assim, com a analogia buscada na arte – porque, afinal, de que nos serviria a arte se não nos facultasse um novo olhar da realidade? - fiquemos, pois, senão com uma ilação a mais, ao final deste Encontro, ao menos recebamo-nas como aquela mínima reflexão que, oportunamente, possamos nos consentir ao final de cada ano, quando nos permitimos quedarmos e ponderarmos, o que fizemos durante essa trajetória anual, no que nos acrescemos, no que crescemos e no que, intimamente, longe de qualquer holofote, no silêncio dos nossos pensamentos mais secretos, pudemos verdadeiramente nos orgulhar do que fizemos.


Obrigada.


Salvador, 04 de Dezembro de 2009.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Agora está chovendo mais que nunca

Dia de chuva. Não, noite de chuva! Intensa. Como a semana. Hoje faz exatamente uma semana em que um estalo foi disparado em nossas cabeças, a família toda ficou em alerta – e ainda estamos. Mas, sabemos, o alerta - qualquer alerta - para qual nós despertemos, não nos impede, ou melhor, não nos permite que paremos as nossas vidas.

E hoje, aniversário de uma de nós, assim como terça e sábado aniversários de outras duas, é mais um dos dias para nos lembrar que a vida continua, o tempo passa e mais uma idade se completa. E o que fazemos com aquele alerta martelando em nosso juízos? Ele continua, decerto. E é alerta porque não nos explica o certo. Nem o errado. Assim o é também porque não o entendemos. Se assim não fosse, não seria um alerta.

No entanto, desconfio que nem sempre, nem todos, ao depararmos com aquilo que não sabemos, sejamos capazes de despertar. Percebo aí que nem sempre o alerta toca. É aquele período em que os sabores das instigações, das divagações, das apurações tornam-se tão ácidos e corrosivos que é melhor quedar-se no deleite do doce sabor da ignorância silente, muda, cega; da ignorância que, por não nos tirar da zona de conforto, não nos compromete.


E então, agora a chuva caindo, depois de tantas emoções, depois de tanto tempo sem escrever num blog, depois de tantas lembranças vindo à tona, tantas surpresas, tantos desafios, tanto sentimento envolvido, eu aqui descansando, ouvindo o barulho da chuva, meditando a respeito da avalanche que nos tomou de sobressalto essa semana, peguei-me pensando o quão perigoso é essa zona do não-saber e, talvez, o quão perigoso também o é aqueloutra que a tudo quer decifrar.

E, como nada é por acaso, toca uma música que, por mais boba que pareça, muito me toca. Ouço Rhiana cantar “

now is rainning more than never

(agora que está chovendo mais do que nunca)

know that we’ll still have each other

(saiba que ainda teremos um ao outro)

you can stand under my umbrella

(você pode ficar sob meu guarda-chuva)

you can stand under my umbrella

(você pode ficar sob meu guarda-chuva)

A cantora, no contexto da música, refere-se à cumplicidade de um casal, em que ela devota amizade, lealdade e compromete-se com a acolhida do parceiro sempre que ele precisar: “you can stand under my umbrella”, onde podemos entender “umbrella” como o abrigo protetor e seguro com que o outro pode contar.

Outrora citei essa música no flog, mas na versão (a que uma amiga tem aversão) mal traduzida do inglês. E isso foi apenas porque a ouvi muito durante o São João ou porque me marcou bastante, por eu não eu ter, à época, um alguém assim como a personagem da música se dispõe a ser.


Hoje a interpretação, com certeza, foi outra. Não apenas por existir – ainda bem!- um alguém assim em minha vida amorosa, mas por entender a música, o guarda-chuva, como sendo a sombrinha, o grande, o imenso, o imprescindível e insubstituível abrigo em que sempre buscamos todos acolhermo-nos mutuamente: o nosso amor em família.

A sombrinha é, na verdade, uma “sombrona”, a grande sombra de uma árvore linda, frondosa e frutífera, com que sempre – e apesar de todas (e tantas!) discordâncias e diferenças – pudemos e podemos contar.

E então eu me lembrei do dono do restaurante em que almoço diariamente virar para mim (ao perceber provavelmente sinais de cansaço) e, simpático perguntar: “E você, moça, está feliz?” No que eu respondi e devolvi o sorriso: “Não. Não estou. Eu sou!”

E muito, apesar de todo e qualquer pesar. Nada é, pois, tão pesado quando se tem um bom guarda-chuva (e outras tantas coisas) para se acolher.

P.S. Texto escrito no dia do aniversário de Sanda, numa noite de inspiração chuvosa. E porque saí para  comemorar, terminou quase esquecido. Mas não sem tempo de postá-lo hoje que o tempo secou.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Assim mesmo

Assim mesmo

Tem dias que é assim... a gente para (sem acento, mas é do verbo parar) e se dá conta do quão surreal são certas coisas. Assim, em duas coisas só a título de exemplo que me aconteceram entre ontem e hoje, para ilustrar o quão se torna desgostoso fazer a coisa certa.

Aí eu falando na aula sobre princípios. Seja em qualquer seara, fora ou dentro do Direito devemos entender por princípio, aquilo que é base, alicerce, algo fundante, começo de conversa, o que nos inspira. E, falando dos princípios da Administração Pública, há sempre uma previsível resistência “Ah, profª, não é bem assim, na prática os gestores, esses políticos safados não cumprem nada disso, moralidade, eficiência....” Ok, ok, sabemos disso, mas quem os elege? E lógico que sabemos a resposta. Mas a direcionamos como algo fora de nós, como vindo daquele pessoal da periferia, aquele analfabeto, ou semi que não tem noção das coisas. E, sinceramente, cada vez mais tenho dificuldade de identificar o tipo. Porque lecionando numa faculdade particular, num bairro nobre da cidade, deparo-me no caminho da aula com duas pessoas – cada uma em pontos diferentes do engarrafamento do trânsito - que descem minimamente o vidro fumê do carro de luxo e cospe fora papéis e restos de algum alimento. Coisa horrível de se ver. Deprimente. Aí a pergunta, quem é mesmo o analfabeto, o que não tem consciência? Não seria esse que está por aí, dirigindo um carrão, num bairro classe alta e sem qualquer classe, sem qualquer princípio? Ou melhor, inspirado por um princípio que certamente não se idêntica com os meus. É um desalento. É analfabeto que consigo ver, aquele analfabeto político de Bertold Brecht, qualquer que seja ele.

Idem para outra situação que desestimula a andar na linha. Cai em minhas mãos uma solicitação chorosa de uma esposa dedicada de um policial demitido após processo disciplinar. A alegação de crime, segundo ela, não ficou devidamente provada e toda a corporação está comprometida em não acessar a verdade. Bem, é o que ela diz. Bem, o que tenho de fazer: dar todo o encaminhamento formal. E analisar e reler os laudos do processo e estudar o estatuto dos policiais militares e até mesmo e conversar pessoalmente com um capitão que lida com casos como o narrado pela senhora. Enfim, nada me exige que me doe em um esforço pessoal enfático para além daquele a que me é atribuído. Mas, tomada talvez pela sensibilidade com que a senhora narra seu pleito, senti-me tocada e impelida a encontrar qualquer brechinha que fosse que pudesse iluminá-la no seu intento. Aí, chega a noite, dou uma carona na Rodoviária e me aparece um policial militar, sem qualquer ínfimo tato para lidar com pessoas, bate no vidro do carro e diz que não posso ficar ali. Leia-se, é área de embarque e desembarque e ele que não é policial de trânsito – e nem precisaria ser para saber – desconhece que a placa não avisa que é proibido parar e sim proibido estacionar. E ainda se arvora a fazer anotações. A pergunta é: quem sou eu para discutir com uma criatura dessas armada? A pergunta é: que crédito se deve dar para aquele outro policial que se envolvendo em confusão fora penalizado com demissão? Todos pagam por um ou simplesmente eu ando na contra-mão das coisas? É melhor deixar de lado, fingir que não vê, fingir que acredita, fingir que se é educado, fingir sempre e a todo tempo?

No princípio comecei falando de princípios no fim, outra coisa não é, senão princípios também. Quais mesmo devemos ( u conseguiremos) conservar? É complicado...

Oh Madre Tereza, salva-me com teus ensinamentos, porque ainda não tenho tanta sapiência:

Assim mesmo...

Madre Tereza de Calcutá

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas,
ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-la de
egoísta, interesseira.
Seja gentil assim mesmo.

Se você é vencedora, terá alguns falsos
amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesta e franca,as pessoas
podem enganá-la.

Seja honesta e franca assim mesmo.
O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

O bem que você faz hoje pode
ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor
de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas,
é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010


Bem, estou aqui na madruga, finalmente visitando os blogs (aqui e aqui) de amigas há muito tempo sem minha visita. Muito pelos bloqueios virtuais que rolam lá do trampo, (sites oficiais tem isso), mas, muito pela correria mesmo...

Enfim, hoje, cheguei feliz em casa, apesar de não ter começado o dia tão bem assim, dado os pequenos aborrecimentos de trânsito, (às vezes acho que moro dentro de um engarrafamento!), fato cotidiano nas ruas de Salvador. Feliz, contudo, por, no final do mês de Abril, ainda ganhar presente de aniversário. Parece brincadeira, né? Mas não, fiquei boba de feliz.

Tenho me ausentado há um bom tempo das práticas de Yoga, tendo apenas praticado em casa, uma meditaçãozinha ali, um náuli krya aqui, enfim, nada de destaque, o que culminou numa impaciência, numa ausência sentida, tanto que até fiz um post insano no flog ontem. E aí, não é que hoje, ganho da minha dentista querida – e já amiga! – um CD de mantras: “Simplesmente Santsang” de Marco Schultz?

Como o site próprio ensina: O Sat (satya) é a Verdade Absoluta. Sang (sangha) somos nós, filhos desta Verdade Transcendental. Satsang é o encontro de pessoas dedicadas ao autoconhecimento, à realização do Eu Maior, da Eterna Consciência Presente, Deus...

Enfim, Deus, Deusa, o TODO! E era bem nisso que pensava essa semana, ou melhor, nessas novas semanas desde que, em Março comecei meu ano novo astrológico, quando fiz aniversário. Já naquele mês, recebi o convite para ser madrinha de mais um casamento, o que me fez participar mais ativa e dedicadamente à celebração da união de meu querido amigo Mô.

Mô – cujo casamento daria um post à parte – também está esperando uma menininha. Também porque duas outras amigas também estavam. Estavam, porque até o começo da semana, uma das duas - que só iriam parir em Maio - não espera mais. Agora, Bernardo já se antecipou e deu as caras antes que Abril acabasse. E mais,um novo rebento está vindo por aí, o filho da minha instrutora de Yôga. Será que o ciclo de coincidências se fecha? Duvido... Até porque, sabemos, acredito que coincidências não existem. Se Bernardo foi meu primo lindo que atravessou o Portal e transcendeu essa vida, um outro Bernardo, também cheio de luz, veio encher nossos corações aqui na Terra. Além disso, Sarah, Rafaela e esse novato que ainda não sabemos se ele ou ela, conduzem-me inevitavelmente a uma frase memorável: “Um bebê é a opinião de Deus de que a vida deve continuar. ' (Carl Sandburg).


Pois bem, continuando... Casamentos (madrinha de três já!), noivado (anel desde o Natal passado) e bebês à vista, esse é mesmo um ano de Vênus, pelo menos mais dois casórios até o meio do ano me aguardam. Mas, mais que a celebração, mais que a festa, que sobressaia o sentimento, o bem-querer mútuo, o amor mesmo. Acho sim todos esses festejos matrimoniais muito dispendiosos (faço altas ponderações a aderi-los) e penso que se não valer o amor intenso e dedicado de um parceiro ao outro, aí que é um engodo mesmo (des)gastar-se tanto de uma só vez.

Mas, feliz, retomando a minha rota, eis que o grande dia, o meu grande dia finalmente - e novamente!- chegou. Aquele que para mim sempre o foi. O dia de hoje! Eis que o dia de hoje sempre é grande se o fazemos como tal. E hoje, sim, foi mais um dia grandioso.

E eu que pensei que a calça legging super fashion, a mim presenteada por uma aluna na última quarta-feira 28, teria sido o presente para fechar. Mas, invariavelmente, o Universo nos surpreende ao nos abrir. Para o novo, o inusitado, o inesperado, o nosso novo ser de cada dia, nós Satsang.

P.S. Na foto, há alguns anos, Giuliana (filha de outra amiga) que nem Sarah e Rafaela estão agora: quase prontinhas para virem a este mundo, só esperando a hora certa.